segunda-feira, 24 de fevereiro de 2014

CARNAVAL DE SANTO ANTÔNIO DE LEVERGER - MT



Fotos: Júlio Rocha.



Tá chegando o carnava, o mais irreverente carnaval brasileiro fica em Santo Antonio de Leverger, bem pertinho de Cuiabá. Uns trinta quilômetros. Dá até pra ir de pés no chão. Mas os turistas que invadem a pacata e aconchegante Santo Antonio, que já foi “cidade do Rio Abaixo”, no final do século 19, chegam em milhares de carrões e lotam ruas e avenidas. A cidade se mistura e fica difícil saber quem é “dgente” de casa e quem é “dgente” de fora. A folia de momo os une num só cordão de alegria e saudosismo dos antigos carnavais. Seus pouco mais de 15 mil habitantes logo viram um contingente de mais de 30 mil pessoas movidas pela alegria. Logo, o som do ganzá, do mocho e da viola-de-cocho vão se misturar às batidas do pilão, onde é socado o arroz que será transformado em bolo assado nas latinhas de sardinha ou manteiga para aliviar a fome dos foliões.
Daqui a pouco chega fevereiro e, com ele, o mais irreverente carnaval brasileiro em Santo Antonio de Leverger, bem pertinho de Cuiabá. Uns trinta quilômetros. Dá até pra ir de pés no chão. Mas os turistas que invadem a pacata e aconchegante Santo Antonio, que já foi “cidade do Rio Abaixo”, no final do século 19, chegam em milhares de carrões e lotam ruas e avenidas. A cidade se mistura e fica difícil saber quem é “dgente” de casa e quem é “dgente” de fora. A folia de momo os une num só cordão de alegria e saudosismo dos antigos carnavais. Seus pouco mais de 15 mil habitantes logo viram um contingente de mais de 30 mil pessoas movidas pela alegria. Logo, o som do ganzá, do mocho e da viola-de-cocho vão se misturar às batidas do pilão, onde é socado o arroz que será transformado em bolo assado nas latinhas de sardinha ou manteiga para aliviar a fome dos foliões.

Se as batidas dos pilões vão acordar as crianças pela manhã, à noite ninguém vai dormir com tanta folia. É o momento quando a tradição dos grupos folclóricos se encontra com os blocos numa só cantoria.
A exuberância cultural do cururu e do siriri do Unidos da Fronteira, Bico de Prata e Unidos da Avenida, principalmente, se diverte em perfeita harmonia com a irreverência e animação do Xana Xeirosa, Gozo Puro, Foiarada de São Caetano, Bloco do Mé, Garanhões da Madrugada, Pelô Meu Saco, Caprichosas de Leverger, Bloco da Mandioca, Bunito Pra Chá Cara, Bloco da Melhor Idade, Bloco dos Pimpolhos, Bloco dos Cururueiros, Seu... que Brilha e Pau Brilhoso.
Entre uma folia e outra, dá tempo para um banho refrescante no rio Cuiabá.
Hoje o carnaval de Santo Antonio de Leverger é conhecido como o maior e o mais irreverente carnaval de rua do Centro-Oeste, recebendo milhares de turistas e elogios das grandes autoridades do carnaval. O carnavalesco carioca Joãozinho Trinta, após várias visitas ao município, sempre o destacou em suas palestras e entrevistas, como sendo um carnaval de grande valor histórico para o país.

FOLIA CULTURAL O cururu, em seu momento de descontração, traz em suas trovas a irreverência das letras inspiradas na vivência dos tocadores nas quais valorizam as mulheres e os fatos que acontecem no dia-a-dia; qualquer ação é motivo de trova.
Já os grupos de siriri são os mais antigos da cidade, muitos deles fundados na década de 50 por tradicionais famílias, tais como: Melo e Miranda. O siriri, o cururu são folguedos muito parecidos, porém é na sua forma de apresentação que está a diferença.
O siriri é um ritmo pantaneiro, no qual os casais se apresentam em coreografias de rodas e fileiras, apresentando em seu meio as figuras lendárias: mãe do morro, ema, cavalo, o minhocão e o boi-à-serra.
No cururu, a figura da mulher é excluída, juntamente com as figuras lendárias, naturalmente o ritmo tem outra entonação, perdendo a rítmica que o siriri impõe com os compassos da batida do mocho, espécie de bombo confeccionado em couro cru, fixado em um banco.


Bloco Bunito Prá Chá Cara

Bloco Caprichosas de Leverger

Blocos dos Cururueiros



REMINISCÊNCIA Santo Antonio do Rio Abaixo, primeira denominação deste município, teve a sua história marcada pela vinda dos bandeirantes paulistas, pela produção açucareira, e mais tarde, pelo turismo e pela pesca. Santo Antonio de Leverger é uma cidade centenária. A origem do seu nome deve-se à imagem do santo que fora deixada por uma das expedições paulista que percorriam as minas de Cuiabá, na primeira metade do século 18, ainda sob domínio português.
A data de 13 de junho foi fixada por Lei municipal, como sendo o dia do aniversário da cidade em homenagem ao santo padroeiro e, também, ao almirante Augusto Leverger, ilustre cidadão que foi presidente da Província de Mato Grosso, e herói da Guerra do Paraguai. O território do município de Santo Antonio de Leverger foi desmembrado diretamente do município de Cuiabá, sob a denominação de Santo Antonio do Rio Abaixo.
O território do município é habitado, desde tempos imemoriais, pelo povo indígena Bororo. Ainda hoje o município apresenta uma parte desse povo na Área Indígena Tereza Cristina. No tempo da história escrita, provavelmente datando dos anos de 1670 ou 1673, vêm as primeiras notícias de paulistas e bandeirantes de passagem pelo rio Cuiabá. Manoel de Campos Bicudo teria subido o rio até se confrontar com o morro da Canastra, hoje denominado São Jerônimo, em Chapada dos Guimarães.
No final do século 19, o município possuía as maiores usinas de produção de açúcar, aguardente e álcool do Estado, sendo elas, Maravilha, Conceição, Aricá, Tamandaré, São Miguel, São Sebastião e Itaicy. Dentre elas, esta última se destacou, de propriedade do Coronel Antonio Paes de Barros, mais conhecido como Totó Paes, com uma estrutura bastante moderna para a época, pois possuía tecnologia avançada, escola, banda de  música, capela, luz elétrica, armazém e até mesmo moeda própria. Hoje, a usina se encontra desativada, bastante estragada devido a ação do tempo e ainda conserva boa parte de sua história através dos maquinários, das casas, dos mobiliários, e também, através das pessoas que vivenciaram esse momento histórico.


OLHOS NO FUTURO Na atualidade, a economia tem como base principal a agropecuária, e ainda a pesca e o turismo; o setor comercial teve um forte avanço através da expansão e desenvolvimento. O município produz milho, arroz, cana-de-açúcar, derivados do leite como queijos e doces, sendo também um dos maiores produtores de mandioca e de farinha de mandioca da região.
Desse modo, Santo Antonio é hoje uma cidade aconchegante, onde se respira história, mas com ares de modernidade em suas pousadas e pesqueiros, nas fontes de águas termais, no seu pantanal, mas, sobretudo, com a sua gente. Seu maior orgulho!




* Lioniê Vitório é filho de Santo Antonio de Leverger, pós-graduado em Patrimônio Cultural e ator. Interpreta o Nico, na dupla Nico e Lau.

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